sábado, 11 de dezembro de 2010

Devenir-conscient dans la photographie: Une esquisse - 2

O que chamamos de devir-consciente neste relato refere-se ao conceito proposto por Depraz, Varela e Vermersch. Este conceito baseia-se na idéia de redução fenomenológica de Russerl e seu ciclo denominado epoche, porém, abandona-se o enfoque hermenêutico tradicional da fenomenologia por uma abordagem pragmática. Nesse sentido fala-se de devir-consciente para descrever um processo pelo qual:
“[...] aquilo que nos habitava de modo implícito, difuso e virtual vem a aparecer no campo da experiência de modo explicito claro e atual.” (KASTRUP, 2005, pg49)
É o processo de alterar nossa atenção diante do mundo, a partir de um rompimento com os habituais automatismos e determinismos pelos quais costumamos encarar a experiência, a partir desse passo invertemos nosso foco perceptual do exterior para o interior para enfim acolhermos a experiência a partir de uma atenção que encontra e não mais uma atenção que busca. Um procedimento que deve ser analisado em sua ocorrência, sem se preocupar em interpretar ou representar, por isso a importância de métodos de primeira pessoa, por isso a necessidade de uma cartografia, um acompanhamento da experiência em seu território de subjetivação, sem decompor seu movimento, sem paralisá-la, nem isolá-la. Pois nem mesmo a superfície da fotografia constituí-se em um plano bidimensional de congelamento, mas sim uma imagem atravessada por fluxos subjetivos constantes.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O Olhar

Entrevistador - O que mais o emocionou em sua jornada terapêutica?

Gaiarsa :
 A ausência do olhar na Psicoterapia – e as conseqüências dessa ausência. Desde Freud, que afastou o paciente de seu campo visual, até a psicologia ensinada nas escolas, em nenhuma das quais há uma aula sobre "A Influência do olhar nas relações humanas". Tem cabimento uma coisa dessas? Minha maior emoção foi e continua sendo a indignação com essa cegueira profissional compulsória. Por isso, passei a estudar Reich – porque ele olhava para o paciente e assim começou a perceber que o inconsciente é visível – que as pessoas mostram na expressão não-verbal (faces, gestos, atitudes) tudo o que acreditam estar escondendo... Quase todas as pessoas que se vêem gravadas em teipe mostram muita estranheza com a própria aparência e a psicologia ignora esse fato básico: meu rosto, que eu desconheço, é quase tudo o que o outro vê de mim. Essa discordância permite compreender a maior parte dos desentendimentos entre as pessoas. 


Encontrei esta entrevista do Gaiarsa neste blog: http://anasimplesassim.multiply.com/reviews/item/1

A série toda é bem bacana, são uns videos que o Gaiarsa gravava pro pessoal da comunidade dele no orkut, mas vou postar aqui o que eu achei que tinha mais a ver com o post.




E gostaria de recomendar este livro que estou lendo e gostando bastante:



Sinopse

Subestimamos o olhar, supervalorizamos a palavra. A frustração, a tristeza e o amor estão na cara de quem sente, nos gestos. Ainda assim, optamos por fingir que não estamos vendo. Partindo dessa constatação, o autor mostra quanta hipocrisia se gera com essa falta de olhar - tanto para o outro quanto para nós mesmos. Além disso, ressalta a importância pedagógica do olhar e a importância da visão múltipla do mesmo fato para acabar com todo tipo de repressão - na escola, na família, na sociedade.